Sua localização:
Mudar localização

Compartilhe o VipCidade
nas redes sociais
Busca no site:
faça sua busca

Inadimplência cresce entre famílias de baixa renda e homens em abril 4ess

Publicado em: 08/05/2025
whatsapp


A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) registrou alta no endividamento das famílias brasileiras em abril. Segundo o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,6% dos lares declararam possuir algum tipo de dívida, patamar superior ao mês de março (77,1%). Ainda assim, o percentual é menor que em abril do ano ado, quando chegou aos 78,5%.

O dado mais preocupante, no entanto, é a elevação da inadimplência. O percentual de famílias com dívidas em atraso atingiu 29,1%, retornando ao nível observado em janeiro deste ano. Além disso, também cresceu o número de famílias que afirmam não ter condições de quitar suas dívidas atrasadas. O índice, que em abril de 2024 estava em 12,1%, atingiu os 12,4%, o maior valor desde o início do ano.

A análise histórica ainda mostra que, apesar de o percentual de endividados oscilar dentro de uma margem estreita nos últimos meses, a capacidade de pagamento das famílias tem se deteriorado. Isso se reflete no aumento do tempo de duração das dívidas em atraso, com destaque para a faixa entre 30 e 90 dias. Já os compromissos com prazos superiores a um ano vêm caindo, indicando uma maior concentração de dívidas de curto e médio prazo. O percentual de famílias inadimplentes por mais de 90 dias, que vinha em queda, estacionou nos 47,6%.

“O crescimento da inadimplência, especialmente entre as famílias de menor renda, acende um alerta sobre o equilíbrio financeiro das famílias brasileiras. Embora o volume de endividados não tenha atingido novos recordes, a dificuldade dos núcleos familiares em honrar os compromissos aponta um cenário que exige atenção”, avalia o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

MAIOR APERTO ENTRE OS MAIS POBRES – O recorte por faixa de renda mostra que os brasileiros que recebem até três salários mínimos enfrentam a situação mais crítica. O mês de abril encerrou com 81,1% dessas famílias endividadas, a maior proporção entre todos os estratos, com 37% relatando contas em atraso. Além disso, 17,5% declararam que não têm condições de pagar as dívidas.

A diferença é expressiva quando comparada às famílias que ganham mais de dez salários mínimos. Neste recorte, apenas 15,2% estão inadimplentes e 5,4% afirmam que não conseguirão quitar as dívidas atrasadas. Apesar disso, a classe de maior renda também apresentou maior endividamento no mês (+0,7 p.p.), o que sinaliza uma pressão mais ampla no orçamento das famílias brasileiras.

“A persistente concentração da inadimplência entre as famílias de menor renda reflete uma combinação de fatores estruturais, como a informalidade e o alto custo do crédito para esse público. Mesmo com sinais de recuperação do consumo, esses grupos enfrentam maior vulnerabilidade financeira e têm menor margem de manobra para lidar com os imprevistos”, explica o economista da CNC João Marcelo Costa.

AUMENTO DAS DÍVIDAS ENTRE OS HOMENS – O levantamento também destaca um avanço maior do endividamento entre os homens, que ou de 76,5% para 77,2%. O índice de inadimplência masculina também cresceu, subindo 0,7 ponto percentual em abril (28,5%), enquanto entre as mulheres o aumento foi de 0,3 ponto percentual (29,6%). Na prática, o público feminino ainda é o mais endividado e inadimplente, mas o avanço entre os homens chama a atenção.

RENDA CADA VEZ MAIS COMPROMETIDA – Outro dado importante é que o comprometimento médio da renda com dívidas subiu para 30%, sendo que 20,5% das famílias já comprometem mais da metade de seus rendimentos com pagamentos parcelados. Apesar disso, a percepção subjetiva de endividamento caiu: menos consumidores se consideram “muito endividados”, sinalizando algum grau de acomodação frente à realidade financeira.

ENDIVIDAMENTO DEVE SEGUIR EM ALTA – As projeções da CNC apontam para um crescimento contínuo do endividamento ao longo de 2025, com um avanço estimado de 2,4 pontos percentuais no comparativo entre dezembro de 2024 e deste ano. A inadimplência, por sua vez, também deve seguir em alta (+0,5 p.p.), pressionada por juros mais elevados e menor o ao crédito. A entidade destaca ainda que programas governamentais de incentivo ao consumo podem contribuir para um endividamento ainda maior se não forem acompanhados por políticas de educação financeira e controle da inadimplência.

Fonte: MT ECONOMIAS

Últimas Notícias 326n3y

Ver mais eventos