A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Farra Brasil 14, com foco no desmantelamento de uma organização criminosa acusada de fraudes em larga escala contra o aplicativo Caixa Tem, utilizado para o pagamento de benefícios sociais do governo federal.Segundo a PF, o grupo atuava mediante o pagamento de propina a funcionários da Caixa Econômica Federal e de casas lotéricas para viabilizar o desvio de recursos. As investigações apontam que os prejuízos podem alcançar R$ 2 bilhões, considerando cerca de 749 mil processos de contestação abertos desde a criação do aplicativo, em abril de 2020.
Na ação, foram apreendidos 20 celulares, seis notebooks, dois veículos e diversos documentos. O material será submetido à perícia técnica. Cerca de 80 agentes federais cumpriram 23 mandados de busca e apreensão em sete municípios fluminenses: Niterói, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Macaé e Rio das Ostras.
Dezesseis investigados foram alvos de medidas cautelares diversas da prisão, conforme decisão da Justiça Federal. Eles deverão responder por organização criminosa, furto qualificado, corrupção ativa e iva, além de inserção de dados falsos em sistemas de informação — crimes cuja soma das penas pode chegar a 40 anos de reclusão.
Ainda segundo a PF, os principais alvos das fraudes eram beneficiários de programas sociais, mas os golpes também afetaram recursos do FGTS e do Seguro-Desemprego, todos operacionalizados pela plataforma Caixa Tem.
A Caixa, em nota, informou que colabora com as investigações, considera os dados da operação sigilosos e mantém monitoramento constante de suas transações e sistemas. A instituição declarou que possui “estratégia e procedimentos de segurança” voltados à proteção de dados dos clientes e à prevenção de fraudes.